quarta-feira, 13 de abril de 2016

CALOTE DA VENEZUELA PENALIZA RESULTADOS DA TAP, DE 2015. O GOVERNO MADURO DEVE À TAP POR PASSAGENS VENDIDAS NO PAÍS 91,4 MILHÕES DE EUROS. SEM ESSA DÍVIDA, A COMPANHIA PORTUGUESA TERIA APENAS 7,6 MILHÕES DE EUROS DE PREJUÍZO. O GRANDE PROBLEMA É QUANDO OU SE A VENEZUELA PAGARÁ A DÍVIDA


Em 2015, a TAP teve um resultado negativo de €$ 99 milhões de euros, que compara com €$46 milhões negativos, de 2014.

O presidente Maduro, da Venezuela,
impôs um calote de quase €$100 milhões à TAP
Na origem deste agravamento está a necessidade de consolidar um montante vultoso de €$91,4 milhões de euros, referente a vendas na Venezuela, cujo valor ainda não foi transferido, situação agravada por diversas desvalorizações cambiais.

Sem este fator extraordinário, o resultado teria sido de apenas €$7,6 milhões de euros negativos – que compara com os €$46 milhões negativos do ano anterior - evidenciando uma clara recuperação, face a 2014.

As receitas atingiram um total de 2.398 milhões de euros, que comparam com os 2.489 registados em 2014.

O agravamento da situação laboral no final de 2014 e no segundo trimestre de 2015 afetou a confiança do mercado na TAP, mas as principais causas para o resultado negativo resultam da crise econômica

e política do Brasil, que provocaram não só uma quebra do volume de tráfego mas também uma redução significativa da tarifa média. 

Embora em menor escala, a contração da economia angolana influenciou também negativamente as ligações aéreas afetando também os resultados da Companhia.

Os custos de exploração atingiram o valor de €$2.269 milhões, que comparam com 

€$2.341, em 2014. 

A melhoria resulta, em especial, do reforço das medidas de contenção adotadas e da descida do preço dos combustíveis, cuja fatura atingiu os 660 milhões de euros, valor que compara com os €$798 registados em 2014.

A situação da Venezuela diz respeito a vendas no período entre março de 2013 e janeiro de 2015, cujos montantes ficaram retidos devido à crise económica, penalizando não só a TAP mas todas as restantes companhias internacionais que operam para aquele País. 

A dimensão dos valores retidos só não é maior porque em janeiro de 2015 foi decidido suspender a venda de viagens naquele País.

O presidente-executivo da TAP, Fernando Pinto, apesar da crise do Brasil e de Angola conseguiu reduzir o deficit da companhia.


A TAP continua a desenvolver diligências para recuperar os valores em dívida mas, devido ao prolongamento da situação, houve necessidade de integrar estes valores nas contas de 2015, situação idêntica à adotada por outras companhias internacionais.

De realçar, por último, que a dívida total da TAP desceu, em 2015, de €$1.062 milhões de euros para €$942, como resultado de reembolsos entretanto efetuados já no ano passado, beneficiando do inicio do processo de capitalização proporcionado pela entrada na TAP, como acionista, do Consórcio Atlantic Gateway.