sábado, 24 de fevereiro de 2018

O turismo no Brasil não é novidade para ninguém praticamente inexiste e se resume a dois eventos anuais, o Carnaval e a passagem de ano em Copacabana, e os 6,6 milhões de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil em 2017, podem ser considerados o fracasso na política do setor, que não existe, na verdade, e a insistência dos governos federal, estaduais e municipais, neste nível salvo raras exceções, como Gramado, em não apostar no setor que pode trazer receitas, empregos e desenvolvimento. A Embratur, ciente dessa situação reconhece que a luz amarela foi acesa, pois o Brasil pode cair para um terceiro lugar entre os países da América Latina. A Colômbia e nuestros hermanos argentinos pode ultrapassar o Brasil

De que adianta ter uma das mais belas paisagens do mundo, se os dirigentes não acreditam no turismo?

O Brasil é um grande mercado interno de turismo, mas pode crescer muito mais. Só que ao contrário do que fazem Argentina (investiu anualmente cerca de US$ 80 milhões), Colômbia (US$ 100 milhões) ou Peru (US$ 95 milhões), no ano passado, sobrou para a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) investir menos de US$ 20 milhões na promoção internacional (campanhas de mídia, feiras, press trip, entre outras ações). 


O presidente do Instituto, Vinicius Lummertz, acredita que a transformação do modelo atual de gestão (uma autarquia) para um serviço social autônomo (uma agência, nos moldes da Apex e do Sebrae) é a saída para que a Embratur retome capacidade de investimentos para enfrentar essa forte concorrência dos países vizinhos.

Além da diretoria da Embratur, do ministro do Turismo, Marx Beltrão, o governo em geral está apostando na aprovação do projeto de lei (PL 2724/2015), que propõe esta mudança e que já está na Câmara dos Deputados, pronto para ser votado. 


Nesta semana, um grupo de lideranças do Conselho Nacional de Turismo, acompanhado de parlamentares comprometidos com o crescimento do setor, Lummertz e o ministro Beltrão estiveram com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que encaminhou o projeto ao plenário, para votação do regime de urgência e posterior votação do mérito. O presidente da Embratur considera que o momento é crucial para essa mudança da Embratur.

Ainda nesta semana, o governo da Colômbia anunciou que o país ultrapassou os 6,5 milhões de visitantes internacionais recebidos em 2017. 

É o mesmo patamar do Brasil em 2016, ano dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Os dados oficiais das chegadas de 2017 ainda não foram disponibilizados pelo Ministério do Turismo. 

“Todos esses países apresentam fluxos turísticos internacionais sólidos e crescentes. Nós estamos patinando na faixa dos 6,6 milhões de turistas internacionais anuais há um bom tempo”, destacou o presidente do Instituto, Vinicius Lummertz.

Os argentinos também estão chegando. O ano de 2017 foi de recorde para o turismo dos “hermanos”. Foram 2,6 milhões de turistas internacionais apenas nos aeroportos, um crescimento de quase 8%, comparado ao ano anterior. 

A estimativa total é de mais de 6,6 milhões de visitantes na Argentina. Portanto, de uma posição de país líder em turismo na América do Sul, o Brasil pode passar a um terceiro lugar no ranking, ainda este ano. 

O Peru, outro forte concorrente do Brasil, está chegando na casa dos 4 milhões de turistas estrangeiros, com crescimento de 30% em menos de uma década.


“O que todos estes destinos têm em comum? Investimentos pesados na divulgação do turismo. Só com a mudança do modelo de gestão da Embratur será possível aumentarmos o investimento no setor. Essa é uma forma de descolar do enxuto orçamento repassado pela União, e assim buscar a retomada da liderança”, afirmou Lummertz.

O presidente da Embratur fez, nesta sexta-feira (23), um apelo a deputados e senadores no sentido de se empenharem pela aprovação da transformação do Instituto, bem como pela nova Lei Geral do Turismo e pela abertura de capital das empresas de transporte aéreo.

“Propomos uma reorganização do turismo e do Brasil. A mudança que podemos promover – que acarreta em geração de emprego, renda e aumento da produtividade do setor – está em nossas mãos. Queremos trabalhar as propostas econômicas como políticas e consolidar o turismo na agenda política, transição que já está em andamento com o apoio do Legislativo”, destacou Lummertz.