quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Tributo a Hans Tostas Schaeppi. De descendência suíça, veio para o Brasil se radicando em Ilhéus, cidade que adotou como sua. A Confraria de Jornalistas de Turismo prestou homenagem póstuma a Hans

Membros da Confraria de Jornalistas de Turismo do Brasil juntaram-se em Ilhéus a amigos de Hans em homenagem póstuma. Ao centro, em pé, de preto, Kátia Schaeppi. 


Hans Tostas Schaeppi, um nome, uma referência 

Por Carlos Casaes

A Suíça foi muito generosa com a Bahia e, sobretudo, com Ilhéus. Enviou-nos uma personalidade que marcou presença da forma mais expressiva na comunidade baiana, repito, e na comunidade ilheense.

Hans Tostas Schaeppi marcou passagem por este plano com uma afirmação tão intensa que está a merecer de todos um reconhecimento tanto formal como justo e extremamente valioso.

Sempre que nos referimos a ele repetimos a personalidade múltipla que pontilhou na sociedade baiana, sobretudo na comunidade ilheense. Foi, seguramente e sem a menor dúvida, um autêntico “homem dos sete instrumentos”.

Senão, analisem: de formação intelectual tornou-se Engenheiro Civil. Por essa condição, obrigou-se a investir na construção, foi Construtor, portanto. Nesse ramo e entre as suas obras, erigiu nada menos do que três hotéis: concebeu-se Hoteleiro, por consequência. Mas também investiu na pecuária e na atividade rural, com as suas fazendas. Nelas, cultivou o cacau, daí ter sido Agricultor que lhe ensejou, da mesma sorte, se inserir entre os industriais, com o beneficiamento do produto na sua fábrica de chocolate, o que lhe transformou em Industrial. A necessidade de colocar o seu produto no mercado levou-o a investir também no comércio, foi, portanto, Comerciante, da mesma sorte.

Mas o seu nível intelectual não lhe permitiu concentrar-se apenas nas atividades materiais. Sentiu o ímpeto de dar largas à sua imaginação e à sua inspiração. Tornou-se Jornalista. Para além desse viés, concebeu peças maravilhosas em poemas que elaborou, daí o fato de ter sido, igualmente, Poeta. E como tal, introduziu-se entre os mais festejados autores de peças musicais, evidente, como Compositor. 

Vê-se o universo agregado por um cidadão que se constituiu em uma peça muito especial para a sua comunidade. E nós, jornalistas de turismo deste país fomos agraciados pelo privilégio de tê-lo em nossa companhia por tanto tempo. Acostumamo-nos a acompanhá-lo durante anos na sua coluna sobre hotelaria no vespertino “A Tarde” de Salvador. Tanto quanto na "Gazeta do Turismo", manifestando o seu crivo, então, da Bahia para o Brasil e para o mundo.

No entanto, embora tão complexa personalidade, um fator avulta em evidência como fruto da sua atuação diuturna: a defesa intransigente de Ilhéus que foi a sua característica mais marcante. Ninguém, nem mesmo o filho mais aguerrido daquela terra, “brigou” tanto pela excelência daquele município quanto ele. Nem mesmo lhe constituiu importância a atitude de alguns atingidos pela crítica implacável de quem não concebia o mínimo descaso com o pedaço de chão que lhe dera abrigo. 

Aí está, em ligeiras considerações, o quanto a Suiça foi extremamente generosa com Ilhéus e com a Bahia. 

Preservar, pois, essa memória, é o débito que Ilhéus tem com a sua comunidade.