domingo, 29 de janeiro de 2012

ALEMANHA E CREDORES NÃO CONFIAM NOS PAÍSES EM CRISE NA ZONA DO EURO E QUEREM INTERFERIR NA SOBERANIA DE CADA UM. A GRÉCIA E A IRLANDA NÃO ACEITAM. GOVERNO DE PORTUGAL DIZ AMÉM


Os cidadãos gregos recusam-se a abrir mão de seu direito de decidir sobre matéria orçamentária de seu país, ao considerarem que se trata de uma questão de soberania nacional. 72% dos irlandeses manifestaram-se, numa pesquisa – feita pela empresa Red C, para o jornal Sunday Businesse Post e publicada hoje - pela realização de um referendo para saber se devem ou não aceitar o acordo intergovernamental sobre disciplina orçamental que os líderes europeus formalizarão no Conselho Europeu, amanhã (segunda-feira).
O primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, já avisou que pretende submeter o texto final do acordo – que impõe restrições econômico-financeiras ao país – à Procuradoria Geral da Irlanda para que dê parecer sobre a constitucionalidade do documento. Tudo porque a Alemanha ainda não entendeu que não pode decidir sobre como cada nação deve resolver seus problemas sócio-econômicos-financeiros. Só o submisso governo português, do primeiro-ministro Passos Coelho, obedece, de cabeça baixa, aos interesses e exigências dos fritz e dos credores, empobrecendo a nação a cada dia.
Os gregos nunca aceitaram as exigências da Alemanha, nem do FMI e protestaram com veemência, sempre, nas ruas, contra a imposições dos pretensos donos da EU que somente atendem às metas impostas pelo comando da zona do euro – leia-se Alemanha – único país a registrar crescimento no ano passado, de 3%. Os irlandeses embora sem a veemência dos gregos também nunca aceitaram que os alemães, a troika e o FMI metem-se a mão no seu bolso.
Já governo do primeiro-ministro Passos Coelho e o próprio presidente da República, Cavaco Silva, de Portugal, aceitam tudo que os fritz e o FMI impõem, baixando a cabeça e dizendo amém para mal dos pecados do povo empobrecido, desempregado, esfomeado – muitos só conseguem alimentar-se porque ongs lhes servem diariamente uma refeição – e sem esperança. À custa da decadência de Portugal, Grécia, Irlanda, Espanha e Itália, a Alemanha vai muito bem, obrigado.
A Grécia tem toda a razão quando rejeita que outros decidam como o país deve viver, com crise ou sem crise. Aliás, as ajudas do FMI, da Alemanhá e Cia. Ltda. Só têm gerado desgraça nos países em dificuldades. "A Grécia não discute essa eventualidade. Está fora de questão que nós aceitemos. Essas competências pertencem à soberania nacional", disse uma  fontes grega, após confirmar a existência de uma proposta, apresentada ao Eurogrupo, para um controlo europeu permanente do orçamento da Grécia. Na sexta-feira passada, o jornal Financial Times confirmou que uma proposta desse género obrigando a "mudanças nos tratados" partira de um grupo de países, incluindo a Alemanha.

Abdicação da soberania
Segundo a notícia do "Financial Times", a Alemanha quer que a Grécia abdique da soberania sobre as decisões orçamentais, transferindo-a para um “comissário do Orçamento” da zona euro, condição sine qua non para que a Grécia conseguisse um segundo resgate. Esse  comissário zona euro teria o poder de vetar decisões orçamentais tomadas pelo governo grego se não estivessem alinhados aos objetivos estabelecidos pelos credores internacionais.

O novo responsável, que seria nomeado pelos restantes ministros das Finanças do espaço do euro, teria a responsabilidade de supervisionar "todos os grandes blocos de despesas" do governo de Atenas. O plano alemão evidencia a falta de confiança dos credores europeus em relação à Grécia.