segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

CRUZEIRO NA COSTA CRUZEIROS É UM PASSE PARA EXPERIÊNCIA DE NAUFRÁGIO

Navio foi usado em filme de Godard



Gente, tem alguma coisa errada com a companhia italiana Costa Cruzeiros. Este último acidente, ocorrido perto da ilha italiana de Giglio, que mais parece um filme de terror, com um navio cheio de passageiros saindo da rota e se chocando contra pedras e bancos de areia, foi só o primeiro deste ano. Além disso, os relatos dos náufragos é aterrador e acima de tudo revela um total despreparo da tripulação para gerir uma crise dessa natureza. 


O comandante Francesco Schettino negou ter deixado o barco muito antes do último passageiro resgatado, mas está preso e poderá responder por homicídio culposo. 


O ministro italiano da Defesa, Giampaolo Di Paola, declarou neste domingo, em entrevista à emissora de TV Rai Tre, que o naufrágio do navio Costa Concordia foi "um enorme erro humano com consequências dramáticas, infelizmente". "Navios daquela dimensão não podem passar perto de uma costa que se sabe ser rasa", reconheceu o ministro, de acordo com a agência de notícias italiana Ansa.

O transatlântico Costa Concordia, foi usado pelo cineasta Jean-Luc Godard em gravações de seu último filme, Film Socialisme (2010), revelaram sites especializados em cinema e o jornal The Examiner neste domingo (15). É um dado curioso já que coincide com o lançamento em DVD do filme, que foi exibido na sessão oficial do Festival de Cannes, em maio de 2010.

O transatlântico surge na primeira parte do filme com imagens de turistas em um cruzeiro pelo Mediterrâneo com escalas em Nápoles (Itália), Alexandria (Egito) e Argel (Argélia), um itinerário diferente da última viagem do Costa Concordia.

A companhia tem um histórico fatídico de acidentes com seus navios:


Em 26 de fevereiro de 2010, o Costa Europa bateu contra o píer do resort Red Sea enquanto aportava em Sharm el-Sheikh, no Egito. O navio, que sofreu danos do lado direito, transportava 1.473 passageiros para uma viagem de 18 dias entre Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e Savona, na Itália. Com a força do impacto, três tripulantes, entre eles um brasileiro, morreram, e três passageiros e mais um membro da tripulação ficaram feridos. Na época, a empresa afirmou que o mau tempo havia provocado o acidente, argumentando que ventava forte naquela altura.


De acordo com o jornal inglês Mirror, também, em 2010, o Costa Classica colidiu com um navio cargueiro no rio Yang-Tsé, na China, ferindo três pessoas. A companhia alegou que o acidente foi causado por uma queda de energia.


No ano anterior, os 1.429 passageiros do Costa Atlantica tiveram de ser evacuados devido a um incêndio na casa de máquinas do navio. 


Ainda em 2009, tripulantes do Costa Europa quase se amotinaram por causa de problemas no motor da embarcação.


Em 2008, o Costa Concordia colidiu com as docas em Palermo, na ilha da Sicília, sul da Itália, por causa do mau tempo. 


No mesmo ano, a tripulação do Costa Atlantica foi criticada pelas autoridades britânicas após quase bater em uma embarcação que transportava carros no Canal da Mancha. Segundo a publicação britânica, o canal tem um sistema de tráfego de duas mãos, e o navio italiano, que carregava 1.697 passageiros, estava na contramão.


Na noite da última sexta-feira, o Costa Concordia saiu de Civitavecchia, na região de Roma, com cerca de 3,2 mil passageiros e 1 mil membros da tripulação para realizar uma viagem de sete dias pelo mar Mediterrâneo. Por volta das 22h (hora local, 19h em Brasília), o navio bateu em uma rocha no litoral da ilha de Giglio, próximo ao litoral sul da Toscana, e sofreu danos que levaram a embarcação a adernar e afundar parcialmente. Os passageiros, que jantavam no momento, foram evacuados pela tripulação. Os que já se encontravam nas cabinas tiveram dificuldades em escapar e alguns morreram afogados.


Até a tarde deste domingo, cinco mortos haviam sido confirmados, entre eles um tripulante peruano e dois turistas franceses. Os feridos somavam cerca de 40, e onze passageiros e sete tripulantes permaneciam desaparecidos. A companhia americana Carnival Corporation, proprietária da Costa Cruzeiros, expressou no sábado "profunda tristeza" com o naufrágio, que considerou uma "terrível tragédia".


O que está havendo com essa empresa? Não é possível que uma companhia de cruzeiros MARÍTIMOS COLOQUE EM RISCO TANTAS VEZES seus passageiros que estão a bordo apenas para se divertir e de férias. Os governos americano e italiano precisam fazer uma devassa nessa empresa e exigir que passe a funcionar em perfeitas condições de segurança. 


O comandante Franchesco (na foto na frente do policial) deveria ter passado pelo teste do bafômetro, pois não devia estar em condições de conduzir um navio daquele tamanho e com tanta gente a bordo, ao entrar 9 km numa área de que devia estar bem longe dela. A própria Costa Cruzeiros admitiu que o comandante do navio "cometeu erros de julgamento" e "não observou os procedimentos" para situações de emergência.

Fazer um cruzeiro nos navios da Costa Cruzeiros é tirar um passe para uma experiência de naufrágio.